"Há muitos anos que entrevisto mulheres que tiveram êxito na sua profissão: cineastas, escritoras, advogadas, jornalistas, editoras, empresárias, ministras, parlamentares, actrizes e cientistas... São independentes, cultas atraentes, brilhantes, livres, auto-suficientes e, na maior parte dos casos, moderadamente feministas. Supõe-se que os seus problemas são diferentes dos da funcionária da bilheteira do metro, da caixa do supermercado, da polícia de trânsito, da varredora, da empregada de uns grandes armazéns... Pois bem, trata-se de uma falsa aparência. A sua vida íntima não é muito diferente da de qualquer uma das outras. Pretendo demonstrar que elas têm as mesmas inquietações que as trabalhadoras menos qualificadas. A notoriedade pública, portanto, não é garantia de êxito privado, e sendo assim de nada serve procurar a felicidade fora de si mesmo".
Nativel Preciado, O que Sentem as Mulheres, Pub. Dom Quixote, Lisboa, 2000.
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